Embora atualmente seja associado à atração televisiva que desde o ano 2000 é apresentada no início do ano – e cuja qualidade não é pauta deste artigo – o nome Big Brother apareceu pela primeira vez na obra de ficção científica “1984”, de autoria de George Orwell publicada em 1949. Na sociedade descrita no livro, todas as pessoas ficavam sob constante vigilância das autoridades, em especial através de teletelas que as lembravam constantemente que “o Grande Irmão está te observando”.
Já em Minority Report, outra obra de ficção de autoria de Philip K. Dick publicada em 1956 e transformada em filme estrelado por Tom Cruise em 2002, uma divisão de “Pré-Crime” da polícia apreende criminosos com base no conhecimento prévio fornecido por 3 videntes chamados de “precogs”.
Mas afinal, por que estou mencionando as obras acima? Porque a segurança eletrônica vem transformando o que um dia foi ficção em realidade, e isso está acontecendo agora, diante de nós – o que é excelente, mas também nos exige repensar o que eram “verdades absolutas” até ontem e aprender como aplicar essas novidades.
Já faz alguns anos que é praticamente impossível que algo aconteça sem que esteja sendo gravado. Estamos acostumados a ver na TV, na internet e nas mídias sociais vídeos retratando as mais diversas situações, gravados por câmeras de segurança, celulares, drones e afins. De certa forma nos acostumamos a viver algo parecido com o Big Brother no sentido de termos câmeras nos observando o tempo todo. No entanto, como não poderia deixar de ser as gravações mostram um fato ocorrido, invariavelmente algo que já produziu uma perda.
Agora começamos a nos familiarizar com novos nomes: inteligência artificial, deep learning, visão computacional, etc. Novas tecnologias que permitem ensinar computadores a avaliar as imagens e extrair delas as informações desejadas, transformando as câmeras em olhos eletrônicos com uma visão treinada para gerar alertas preventivos, que antecipem uma situação de risco e evitem que a perda se concretize. Os “precogs” são aspectos comportamentais que quando detectados geram uma notificação. Não teremos ninguém sendo preso por uma divisão de “Pré-Crime”, mas podemos dar maior assertividade às equipes de segurança para que evitem ocorrências a partir da identificação de atividades suspeitas. Sim, há algo de Minority Report acontecendo.
O monitoramento de imagens, que já vinha passando por uma transformação, será impactado de maneira direta e isso acontecerá rapidamente. Aquele modelo clássico no qual operadores ficavam observando as imagens tentando identificar alguma situação, e na maioria das vezes funcionava para recuperar uma imagem gravada e identificar a causa de uma perda já concretizada, num passado recente recebeu a ajuda dos analíticos de vídeo que permitem marcar determinadas áreas da imagem para comparar padrões e gerar alarmes quando detectada não conformidade – e isso já representou um passo importante em termos de assertividade. Agora com a introdução da visão computacional é possível ensinar exatamente o que deve ser buscado, seja um objeto (capacete, uniforme, arma, etc.) ou um comportamento (permanência, cansaço, etc.) e isso permitirá um monitoramento proativo, no qual o sistema alertará sobre a existência de um risco potencial e a equipe será acionada para evitar a perda.
A “nova realidade” será completamente diferente de tudo que vivemos até hoje, e as transformações serão mais rápidas do que estamos acostumados a ver – esteja preparado!
Fábio Ribas é gerente comercial na C4i Monitoramento 360°, empresa que está redefinindo o monitoramento tornando-o proativo e preventivo a partir de novas tecnologias. Visite www.c4i.com.br e saiba mais.